O quarterback Caleb Williams foi escolhido pelos Chicago Bears com a primeira escolha do draft de 2024 na última quinta-feira (25.abr.2024) e desde que chegou à cidade dos ventos vem causando euforia entre os torcedores do time local. Com apenas 22 anos, Williams chega à NFL após 3 anos de muito sucesso no nível universitário, onde também acumulou polêmicas extracampo.
Mas afinal, quem é o novo fenômeno do futebol americano e quanto sucesso o novo camisa 18 dos ursos vai ter no profissional? Quem é Caleb Williams?
Nascido em Washington D.C. em 18 de novembro de 2001, Caleb Williams ganhou atenção nacional com suas atuações no ensino médio por Gonzaga College High School, que o levaram à Universidade de Oklahoma como um dos prospectos mais aguardados no mundo do futebol americano universitário. Depois de um ano de novato nos Sooners, onde passou boa parte do tempo sendo reserva de Spencer Rattler, Williams decidiu transferir seus talentos para a Universidade do Sul da Califórnia.
Em USC, Caleb estourou de verdade e já em seu ano de estreia como titular levou para casa o prêmio Heisman, dado ao melhor jogador do ano no nível universitário, além de outras sete premiações individuais que fizeram os olhos de todos os olheiros da NFL se virarem para a Los Angeles Memorial Arena.
Ainda com um ano para cumprir na NCAA, Caleb teve uma leve queda com um time enfraquecido dos Trojans, mas ainda mostrou o suficiente para deixar os times profissionais desesperados para conseguir seus talentos. O draft de 2024 chegou e não foi surpresa para ninguém quando os Bears se desfizeram de um competente titular em Justin Fields para escolher um dos nomes mais antecipados da história da liga.
Polêmicas no passado
Um dos grandes tópicos que cercam Caleb Williams desde que o atleta explodiu para o público geral ao vencer o Prêmio Heisman de 2022 é sua atitude extracampo. Diferente de outros astros taxados de polêmicos, Williams nunca teve problemas com drogas, álcool ou comportamento agressivo. Pelo contrário, o jovem de 22 anos é considerado pacato, mas irrita uma ala mais conservadora dos fãs do esporte por seu estilo alternativo.
Nascido em 2001, Williams faz parte da Geração Z e vive com uma noção menos afirmada de gênero e sexualidade. O quarterback é conhecido por ter atitudes consideradas femininas como pintar suas unhas e usar vestidos, o que causou desconforto e levantou dúvidas sobre seu talento no campo. Isso tudo obviamente não afeta o astro, que segue se vestindo como gosta e quebrando recordes atrás de recordes em campo, o que pretende continuar fazendo na NFL.
Outra controvérsia levantada é sobre seu controle emocional. Williams não esconde que sente com força o calor do jogo e não tem medo de demonstrar emoções em campo. Com muitos fãs esperando que seus quarterbacks sejam homens frios, o jovem foi alvo de críticas ao chorar abraçado em sua mãe após uma derrota de USC para Washington na temporada passada. O caso porém não desanimou os Bears, que seguem confiantes de que acharam seu salvador.
A situação dos sonhos
Os Bears sabem bem a importância de não desperdiçar um quarterback de novo. Depois de falhar em escolhas altas com Mitchell Trubisky em 2017 e Justin Fields em 2021, Chicago fez questão de mexer no seu elenco para colocar Caleb Williams em uma das melhores situações já vistas por um quarterback novato na história da NFL.
DJ Moore foi mantido como estrela do ataque, enquanto o diretor-geral da equipe, Ryan Poles, trouxe os talentos do experiente Keenan Allen e do também calouro Rome Odunze para completar um grupo de recebedores que para muitos é o melhor da liga. Poles também reforçou o jogo corrido e a defesa para a próxima temporada no Soldier Field, trazendo o running-back D’Andre Swift e o safety Kevin Byard III, ambos vindos dos Eagles.
Parâmetros baixos
A verdade é que o torcedor dos Bears não tem parâmetros altos para comparar com seu novo astro. Uma franquia histórica e detentora do maior número de atletas no Hall da Fama do esporte norte-americano, os ursos do estado de Illinois sempre tiveram mais sucesso no jogo corrido e na força de suas defesas, tendo tido poucos grandes quarterbacks.
Nunca na história um quarterback de Chicago atingiu a marca de 4 mil jardas passadas em um ano, com o recorde da franquia sendo as 3838 de Erik Kramer em 1995. Caso Williams repita a temporada de CJ Stroud, que venceu o prêmio de calouro do ano em 2023 com 4108 jardas, o jovem já teria batido a histórica marca de seu novo time. O forte arsenal ofensivo disponibilizado pela diretoria dos Bears faz com que o feito se mostre ao alcance do jogador.